quarta-feira, 16 de dezembro de 2015

Curiosidades | Sabiam que o bolo-rei em tempos perdeu a coroa?

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Andava eu aqui a pesquisar iguarias de Natal típicas dos outros países quando me deparo com as origens do nosso bolo-rei. Algum de vocês conhece a história? Eu não conhecia, mas é absolutamente deliciosa!




Ora bem, parece que a origem do bolo-rei remonta ao tempo dos romanos, que habitualmente elegiam o rei da festa durante os banquetes festivos. Como é que se escolhia o rei? Adivinharam, com a fava! Sorteava-se entre os presentes e quem tirasse a fava era eleito rei do banquete. 




Posteriormente, a Igreja Católica, aproveitou o facto destas festas se realizarem em Dezembro e associou o bolo-rei à Natividade e à Epifania, isto é, os dias 25 de Dezembro e 6 de Janeiro. Mais tarde esta data ficou conhecida como o Dia de Reis e era simbolizada pela introdução de uma fava num bolo, cuja receita entretanto se perdeu. 




A receita atual - pasmem-se - é originária da corte de Luís XIV de França, o famoso Rei Sol. Segundo o que consegui apurar, este bolo era servido nas festas de Ano Novo e no Dia dos Reis. Vários escritores da época escreveram sobre esta delícia que acabou por ser imortalizada numa pintura de Greuze com o nome de Le Gâteau dês Rois




Como devem saber, as coisas não correram muito bem à monarquia francesa e com a Revolução, em 1789, o bolo-rei passou a ser proibido. Só que os pasteleiros não quiseram perder o negócio e mudaram o nome do bolo para Gâtêau dês Sans-culottes, designação utilizada para denominar os obreiros da revolução.




"Mas como é que a receita chega a terras lusas?" - perguntam vocês. Por cá, esta iguaria ficou popular no século XIX, seguindo uma receita originária do Sul do Loire. A primeira casa a vendê-la foi a Confeitaria Nacional, em Lisboa, por volta de 1870. Depois a moda espalhou-se entre as várias confeitarias do país. 




Também por cá culinária e política andaram à mistura, quando a 5 de Outubro de 1910, com a implementação da república, o bolo não podia continuar a ser rei. Bolos, bolos, políticas à parte, os confeiteiros depressa mudaram o nome do bolo para "ex-Bolo-rei", "Bolo de Natal" ou "Bolo de Ano Novo". Os republicanos mais convictos passaram até a chamá-lo "Bolo-Presidente" ou "Bolo-Arriaga" em homenagem a Manuel Arriaga, primeiro presidente da República Portuguesa.

E é assim que, depois desta curiosa lição de história, o bolo-rei chega à nossa mesa. Podem até não gostar de fruta cristalizada, do brinde ou da fava, mas vale a pena contarem a história, não acham? :)


1 comentário:

  1. Desconhecia por completo,...
    Beijinhos,
    Espero por ti em:
    http://strawberrycandymoreira.blogspot.pt/
    www.facebook.com/omeurefugioculinario

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